terça-feira, 14 de outubro de 2014

Fala profissa!


Foto: Lucas Memória
Para conhecer um pouco mais sobre o mercado local, o blog conversou com a jornalista Mariana Pontes. Ela é formada pela Universidade de Fortaleza e há dois anos trabalha no Portal Cnews, do Grupo Cidade de Comunicação. 

P.E.: Quais as principais diferenças entre escrever para jornais impressos e portais na web?
Mariana Pontes: A principal diferença entre um jornal impresso e um portal na web é em relação a rapidez das informações. Quem busca se informar através de um portal, quer ver o que acontece naquele instante. As notícias correm de forma mais rápida e, por isso, não há um aprofundamento. Já o impresso deve detalhar as notícias, não apenas focar no que aconteceu (até porque o que aconteceu é muitas vezes “velho”, pois o leitor já leu a informação no portal), mas colocando opiniões de profissionais que possam mostrar um novo ângulo naquele assunto. Por exemplo, um portal de notícias muda sua manchete diversas vezes ao longo do dia, diferente do impresso, que tem que sustentar aquela mesma manchete durante todo o dia.

P.E.: Estas diferenças podem facilitar ou atrapalhar a rotina do jornalista? 
Mariana Pontes: Facilitam. Imagine você, repórter, ter que descrever todo um vídeo para o impresso. imaginou? Agora imagine ter o auxílio de um portal para complementar sua matéria. A segunda opção é bem melhor, né? Cada meio tem sua característica e elas servem para agregar e não para substituir. 

P.E.: Um editor de conteúdo trabalha de forma diferenciada ao jornalismo tradicional (impresso, TV, rádio) ou o trabalho é feito da mesma forma?
Mariana Pontes: Não tanto. Com a convergência dos meios de comunicação, impresso, TV e rádio acabam se encontrando na web. Explico: se um impresso tem um vídeo sobre determinado assunto, este material não pode se perder. Então, o que deveria acontecer sempre, é chamar o leitor para acessar o portal e conferir o vídeo. O mesmo acontece para a TV e rádio.

P.E.: Prender a atenção de um leitor é mais complicado?
Mariana Pontes: Acredito que a prender um leitor na web é muito mais difícil. Geralmente, ele não está focado apenas no portal e sim “logado” em suas redes sociais, assistindo um vídeo ou escutando uma música ao mesmo tempo. Então, a distração do leitor é maior. Por isso a necessidade de os jornalistas trabalharem com um conteúdo mais interessante no ponto de vista do leitor.

P.E.: Os suportes audiovisuais (vídeo, áudio e imagem) ajudam ou atrapalham a compreensão da matéria?
Mariana Pontes: Ajudam muito! A grande vantagem da web em relação aos outros meios é poder trabalhar com os suportes audiovisuais de forma mais simples. Uma foto, por exemplo, pode ser a própria notícia e o texto é apenas o “coadjuvante” da matéria. Todos os suportes são mais que bem vindos à web.

P.E.: Muitos grupos de comunicação investem bastante em produzir conteúdos para internet. A concorrência é maior? Como lidar com isto?
Mariana Pontes: Não vejo essas produções como concorrência mas sim como uma forma de levar mais opções de conteúdo para o leitor. Em um portal de notícias o que conta é deixar o leitor mais tempo na página. Por isso que é interessante investir em vídeos, podcasts e hiperlinks para prender mais a atenção.

P.E.: Como você avalia o mercado local? Tem muita oportunidade?
Mariana Pontes: O mercado local está bastante saturado. Muitos jornalistas para poucas vagas. Mas isso não quer dizer que é impossível entrar no mercado de trabalho. Acho que os estudantes devem se especializar cada vez mais, ler muito e não parar de estudar jamais.

P.E.: Um blog feito por uma pessoa sem especialização pode ser considerado um concorrente?
Mariana Pontes: Claro que não. Ele será um diferencial a mais ao portal, já que o profissional deve ser especializado em determinado assunto. Um veterinário poderá ter um blog para falar sobre bichos; um economista mostrará um jeito mais simples de explicar sobre bolsa de valores.

P.E.: Existe um público-alvo? Quem é o leitor do Cnews e como fazer para atingi-lo?
Mariana Pontes: Sim. Os leitores do Cnews são os interessados em saber as principais notícias que ocorrem em Fortaleza e no Ceará. 

P.E.: O portal é ligado a uma grande emissora de televisão. Existe colaboração entre os dois veículos?
Mariana Pontes: Existe sim. A colaboração é feita para complementar ou dar a notícia em primeira mão. É muito importante a colaboração entre Cnews e TV.

P.E.: O que um estudante de jornalismo que deseja trabalhar na área deve entender? 
Mariana Pontes: O estudante deve ser curioso e ler de tudo - desde as fofocas dos atores das novelas até a crise econômica na Europa. O estudante precisa acompanhar o que ocorre na sua cidade e em todo o mundo.


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